Qual a história do ADN?
Nas décadas de vinte e trinta do século XX, os bioquímicos, além de já conheceram o ADN, sabiam igualmente que existiam cromossomas, no núcleo das células.
Sabiam que estes continham para além de ADN, proteínas, sabiam igualmente que o metabolismo celular derivava da actuação equilibrada de enzimas que eram produzidas através de informações contidas no núcleo, mais propriamente nos cromossomas e não nos esqueçamos que estes contêm ADN. Continuando os bioquímicos deduziram, embora não tivessem realizado experiencias, que o núcleo deveria conter exemplares de enzimas/proteínas da célula, e à medida que a célula necessitasse, seriam feitas cópias, o papel do ADN, nessa brilhante conclusão seria a de proporcionar uma estrutura sobre a qual se assentava a tal colecção de proteínas, mas a verdadeira essência do ADN, ainda estava por descobrir.
E tudo começou com a experiência de Frederik Griffith realizada em 1928 e foi realizada a partir de bactérias da espécie Streptococus pneumoniae, estas são bactérias que provocam pneumonia nos mamíferos. Esta bactéria apresentava duas formas, havia a estripe S (virulenta) e a estripe R (não virulenta), as do tipo S eram envolvidas por uma espécie de cápsula de polissacarídeos que lhes confere um aspecto liso, já as do tipo R são desprovidas de cápsula. Continuando a experiência seguiu o seguinte método:
| Bactérias da Estripe S (Virulenta) |
| Bactéria Estripe S (Anteriormente morta pelo calor) |
| Estripe S (anteriormente morta pelo calor) juntamente com a Estripe R |
| Bactérias da Estripe R (Não Virulenta) |
Rato Vivo Rato Morto Rato Vivo Rato Morto
A partir deste método utilizado nesta experiência, Griffith firmou a seguinte conclusão, concluiu que existe algures na célula uma substância química que permanece intacta após a morte da célula, esta substância é capaz de determinar o destino, ou seja, determinar as características da célula, porém Griffith não conseguiu identificar a natureza química deste “princípio transformante ou princípio activo”, apesar de não saber como se chamava este princípio, como funcionava e como era a sua forma entre outros mistérios.
A Experiência de Avery, Mac Leod e Mac Carthy
| Strepococus pneumoniae R Vivas |
| Principio Transformante sujeito à acção prévia de protéases |
| Jaz aqui o ratinho Coitadito Eterna Saudade |
| Jaz aqui o ratinho Coitadito Eterna Saudade |
| Strepococus pneumoniae R Vivas |
| Principio Transformante sujeito à acção prévia de polissacarases |
| Principio Transformante sujeito à acção prévia de polissacarases e das protéases |
| Strepococus pneumoniae R Vivas |
| Jaz aqui o ratinho Coitadito Eterna Saudade |
Inoculado C
Mediante este método apresentado acima, podemos perceber que o objectivo desta experiência era tentar perceber qual destas biomoléculas, é que provocava a morte dos ratos, tal como era de se esperar é o ADN que provoca isso, mas na altura não se sabia designar o nome dessa biomolécula.
Nesta experiência como podemos verificar utilizou-se as duas estripes de bactérias, as mesmas utilizadas por Griffith e também polissacarases e protéases, que respectivamente enzimas de degradam os polissacarídeos e as proteínas.
Vendo a experiência e analisando-a podemos concluir que não vendo evolução tanto nos inoculados A, B e C, pois o ratos continuaram a morrer, Avery concluiu, assim como os seus colaboradores, que nem as proteínas nem os polissacarídeos, provocavam o falecimento dos ratos, mas sim o principio activo.
No entanto a sociedade ainda não estava preparada para elevar o ADN como sendo a molécula responsável pelo comando da vida celular.
A Experiência de Hershey e Martha Chase
Esta experiência foi produzida em 1952, a mesma permitiu separar o vírus das bactérias. Também nestas experiências foram usados elementos radioactivos, nomeadamente o S (Enxofre) e o P (Fósforo), pois o ADN possui fósforo na sua constituição, e por outro lado as proteínas contêm S (Enxofre) na sua composição. Hershey e Chase utilizaram o seguinte método:
A- Fagos que cresceram B – Fagos que cresceram
em meio contendo em meio contendo
Fósforo radioactivo (P) Enxofre radioactivo (S)
| Após pouco tempo de centrifugação, os restos dos virús foram separados das bactérias |
| Após pouco tempo de centrifugação, os restos dos virús foram separados das bactérias |
Por centrifugação obtiveram-se
Dois estratos, no fundo as bactérias
Infectadas e, por cima o vírus com os restos virais.
Nesta experiência foram utilizados elementos radioactivos, para assim se verificar o percurso tanto das bactérias como do vírus. Depois destas três experiências podemos concluir então que tanto Avery, que se baseou nos estudos de Griffith , como Hershey Chase, comprovaram que o ADN é que é o principio transformante ou activo e que este é que comanda a célula, e que também provaram que qualquer alteração na mesma provocaria alterações no comportamento da célula e ainda que o ADN ao ligar-se a outro ADN de outra célula, poderia igualmente modificá-la, como aconteceu primeiramente com Griffith.
Foi com esta última experiência, que a comunidade científica aceitou que o ADN é a molécula que contém a informação para o funcionamento da célula. Mas ainda estavam todos a metade do caminho pois não sabiam ainda como se organizavam os constituintes da mesma.
As Regras de Chargaff
Em 1950, após ter feito inúmeras experiências rigorosas, Chargaff conseguiu isolar e quantificar as bases azotadas, que vinham de amostras de ADN de organismos diferentes. Depois de executar todas as suas experiências, Chargaff fez com que as suas conclusões, chegassem a regras, as regras de Chargaff e estas são resumidamente:
Não tendo grande impacto coma as suas descobertas, as suas descobertas foram muito úteis, contudo para explicar os processos vitais comandados pelo ADN, no que diz respeito à sua replicação e à síntese de proteínas.
Rosalind Franklin
Foi uma importante jovem Física que se dedicava a estudar e a fotografar biomoléculas com técnicas de difracção de raios X. Esta utilizou amostras puras de ADN e conseguiu fotografá-las a fim de conhecer a sua estrutura Helicoidal.
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